Dados gerais
Em 2016, o
site do
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa registou um acréscimo de 1,11% relativamente ao número de utilizadores contabilizados no
ano passado. Por outras palavras, os mais de 25 milhões de utilizadores mantiveram-se fiéis ao
Dicionário Priberam.
Brasil, Portugal e Angola ocupam os três primeiros lugares na liderança por países e, na proveniência por cidades, os mesmos lugares pertencem a Lisboa, São Paulo e Rio de Janeiro. A primeira cidade não pertencente a um país da CPLP é Macau (52.º lugar), seguida de Madrid (57.º lugar) e de Londres (58.º lugar).
O tráfego a partir de dispositivos móveis continua a aumentar: o acesso ao Dicionário Priberam através de smartphones cresceu 23,51% face ao ano passado, enquanto a percentagem de acessos a partir de tablets e desktop desceu.
Palavras mais pesquisadas
Em Portugal, a palavra mais pesquisada em 2016 foi
arrendatário, seguida de
exangue e de
resiliência. No Brasil, a palavra mais pesquisada foi
gitana, seguida de
resiliência e de
saruê.
Se já nos resignámos a que
resiliência conste das buscas da Priberam (no cômputo geral, é a palavra mais pesquisada pelo terceiro ano consecutivo), são sobretudo de estranhar as buscas por
arrendatário em Portugal, que talvez estejam ligadas às
alterações à lei do arrendamento. As buscas por
gitana e
saruê no Brasil justificam-se por serem termos usados na novela
Velho Chico.
Figura 1: Palavras mais pesquisadas no Dicionário Priberam em 2016
Se o FLiP* da Priberam dá a volta ao texto, o Dicionário Priberam permite dar uma volta ao mundo. Analisando palavras e expressões pesquisadas por utilizadores de outros países, deparamo-nos com algumas buscas curiosas.
Por exemplo, há aquelas buscas possivelmente relacionadas com o que acontece ou pode acontecer em determinados destinos turísticos, como
esbardalhar em Andorra,
romance e
dolce far niente nas Maldivas,
tosquenejar na Namíbia ou
chorrica (!) na República Dominicana. Os utilizadores provenientes de países com comunidades portuguesas mostram a ligação da diáspora portuguesa à actualidade do país e à sua língua materna, como atestam buscas por
geringonça na Suíça ou
carapau de corrida na Bélgica,
morcão e o seu feminino
morcona em França e no Luxemburgo,
perrice no Canadá ou
lazeira na Irlanda. A pesquisa por termos próprios da cultura lusófona também esteve presente, como mostram as buscas por
regueifa no Camboja,
vinha-d’alho na Indonésia ou
chopinho na China. O mesmo interesse despertam palavras e expressões típicas da língua portuguesa, como se afere a partir das buscas por
circuncisfláutico na Suécia,
jajão na Hungria,
lamechas na Islândia,
maneirinho no Ruanda,
mãos-atadas na Ucrânia e
ou coisa que o valha em Singapura. Por fim, há aquelas pesquisas assim para o coiso, como as buscas por
bundudo nas Filipinas,
chupão no Japão,
gostosa no Líbano ou
trepada na Estónia.
O ano de 2016 em palavras
Os acontecimentos marcantes deste ano tiveram reflexo nas buscas do Dicionário Priberam:
Figura 2: Palavras pesquisadas no Dicionário Priberam que reflectem acontecimentos de 2016
O
site O Ano em Palavras, divulgado pela Priberam na semana passada, apresenta algumas das palavras que estiveram no
top das consultas no
Dicionário Priberam e que se podem associar a notícias ou eventos, nacionais ou internacionais, de um determinado dia.
*
O FLiP é um conjunto de ferramentas linguísticas de auxílio à escrita em língua portuguesa que inclui correctores sintácticos e estilísticos, correctores ortográficos (com opção de utilização da grafia segundo o Acordo Ortográfico de 1990), conversores para o Acordo Ortográfico de 1990, nove dicionários temáticos, hifenizadores, dicionários de sinónimos, conjugadores de verbos para o português europeu e para o português do Brasil e o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa em versão offline. Mais informação em www.flip.pt.