Luís de Camões, Rimas, Lisboa: Livraria Almedina, 1994 Este ano celebra-se o quingentésimo aniversário do nascimento do poeta português Luís de Camões (1524-1580), autor do soneto acima. Nele, o eu poético amaldiçoa o dia em que nasceu, pois "que este dia deitou ao Mundo a vida / Mais desgraçada que jamais se viu!". Cremos, no entanto, que o dia em que Camões nasceu foi uma data afortunada para a língua e para a literatura portuguesas. Passaram 500 anos do seu nascimento, mas o poeta do infortúnio, do amor, do desconcerto do mundo ou d’Os Lusíadas não foi esquecido. O engenho e a arte da poesia camoniana não definharam com o passar do tempo e, neste meio milénio, Camões tornou-se símbolo de Portugal, instituto cultural, sinónimo de língua portuguesa, figura popular (quem nunca mandou alguém chatear o Camões?) e até hashtag (como #aguentacamões, #choracamões, #chupacamões ou #ripcamões, para assinalar erros de português nas redes sociais). As comemorações camonianas irão decorrer até 2026. Hoje é dia de Camões, vamos chateá-lo!
«Colega, passe-me o quebra-palavras: encontrei uma que deve ter qualquer coisa lá dentro.» Alexandre O’Neill, “O Lanterna Vermelha”, Poesia Completa & Dispersos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2022.
Evidenciando a sua capacidade de “quebra-palavras”, utensílio que permite chegar ao significado que as palavras têm dentro, como refere o poeta português Alexandre O’Neill (1924-1986), o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa celebra hoje o 15.º aniversário da sua palavra do dia. Há quinze anos que o Dicionário Priberam destaca todos os dias um termo maioritariamente raro, curioso, pouco usado ou caído no esquecimento, como alguns dos que foram partilhados neste último ano: A partilha da palavra do dia acontece na página online do Priberam e nas suas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram e Bluesky), sendo também divulgada nos programas radiofónicos “Primeiro Plano” (de segunda a sexta-feira, das 07h00 às 09h00), da Rádio Morabeza, e “Quinta Avenida” (quinta-feira, das 22h à meia-noite), da Rádio Voz de Alenquer.
Hoje celebra-se mais um aniversário do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Neste 15.º ano de vida, o Dicionário Priberam incorporou mais de 8400 novos verbetes, 9500 novas acepções, 16700 sinónimos e 23600 etimologias. Podia ser lampana, pois hoje celebra-se igualmente o dia das mentiras, mas não é: o Priberam também tirou centenas fotografias, incorporando mais de 600 novas imagens nas suas definições ilustradas. A propósito de imagens, o retrato de parte deste ano de vida pode ser visto através do balanço feito pelo site O Ano em Palavras, que apresenta algumas das pesquisas ao longo de 2023 no Dicionário Priberam, associadas a conteúdo dos repórteres fotográficos e dos jornalistas da agência de notícias Lusa, que dão contexto a cada uma das palavras.
Quino, Toda a Mafalda - Edição Comemorativa dos 50 anos, Lisboa: Babel, 2014. Mafalda, a personagem emblemática de banda desenhada que odeia sopa, pode ficar descansada: sopa nunca será palavra do dia do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, apesar de os seus hipónimos gulherite e sopetarra já o terem sido... Isto porque, com a partilha da palavra do dia, iniciativa que celebra hoje o seu catorzeno aniversário, o Dicionário Priberam pretende dar destaque, nem que seja por um dia, a termos maioritariamente raros, curiosos, pouco usados ou caídos no esquecimento, como alguns dos que foram partilhados neste último ano: A partilha da palavra do dia acontece na página online do Priberam e nas suas redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), sendo também divulgada nos programas de rádio “Primeiro Plano” (de segunda a sexta-feira, das 07h00 às 09h00), da Rádio Morabeza e “Quinta Avenida” (quinta-feira, das 22h à meia-noite), da Rádio Voz de Alenquer.
Quino, Toda a Mafalda - Edição Comemorativa dos 50 anos, Lisboa: Babel, 2014, pág. 127 No catorzeno aniversário do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que se celebrou no passado dia 1, confirmamos que ele continua a crescer, o que poderá dificultar ainda mais a leitura de alguns consulentes, como o pai da Mafalda. No ano que passou, o Dicionário Priberam incorporou mais de 14600 novos verbetes, mais de 5700 novas acepções, mais de 5800 sinónimos e mais de 600 antónimos. O resumo deste ano de vida pode ser visto através do balanço do ano passado ou do site O Ano em Palavras. Como o dicionário não foi feito para ser lido de fio a pavio, antes consultado ou degustado, à medida da necessidade ou da curiosidade do seu leitor (ou até do acaso...), contamos com os nossos utilizadores para mais um ano de leituras, consultas e eventuais sugestões.
Estão de volta, ao vivo, a cores e com refeição grátis, os seminários de aprendizagem automática organizados pelos Priberam Labs. A 14.ª temporada, que tem início na próxima terça-feira, dia 7 de Março, retoma a presença quinzenal na sala PA2 (piso -1, Pavilhão de Matemática) do campus da Alameda do Instituto Superior Técnico. Os interessados podem inscrever-se aqui ou obter mais informação aqui (em inglês).
Celebramos hoje o centenário do nascimento do poeta português Eugénio de Andrade (1923-2005), com a partilha do seu poema “Agora as Palavras”: “Obedecem-me agora muito menos, as palavras. A propósito de nada resmungam, não fazem caso do que lhes digo, não respeitam a minha idade. Provavelmente fartaram-se da rédea, não me perdoam a mão rigorosa, a indiferença pelo fogo-de-artifício. Eu gosto delas, nunca tive outra paixão, e elas durante muitos anos também gostaram de mim: dançavam à minha roda quando as encontrava. Com elas fazia o lume, sustentava os meus dias, mas agora estão ariscas, escapam-se por entre as mãos, arreganham os dentes se tento retê-las. Ou será que já só procuro as mais encabritadas?” in Eugénio de Andrade, O Sal da Língua, Porto: 1995, Fundação Eugénio de Andrade, colecção Obra de Eugénio de Andrade/26, pág. 35 As comemorações do centenário do poeta, que irão decorrer ao longo deste ano, incluem várias iniciativas, como leituras, concertos, exposições, conferências e um colóquio internacional. Mais informação, aqui.
Dados de actualização Excluindo as pertencentes ao domínio da ornitologia, muitas das mais de 3600 inclusões recentes no DPLP pertencem à linguagem geral (ex.: blonda, cartofilia, debitação, empilhável, factualizar, gerôntico, hipersexualização, incrementalismo, luso-ucraniano, microssaia, násico, oligarquismo, pipoqueira, redatar, seitana, transicionar, unipessoalidade, xanadu, zoossanitário), mas também há termos de outras áreas técnicas como astronomia (ex.: extra-solar), biologia (ex.: macroorganismo), botânica (ex.: extrafloral), direito (ex.: cartular, infralegalidade), linguística (ex.: desvozeamento, lheísmo), geografia (ex.: arreísmo, subdeserto), geologia (ex.: intemperização), informática (ex.: lematizador), medicina (ex.: fisiometria, interaural, liquórico, paradiscal, telelaudo), meteorologia (ex.: ceráunico), química (ex.: nitrocomposto, xilano) ou zoologia (ex.: pacarana). Foram ainda incluídos alguns termos pertencentes a diferentes níveis e variedades de língua (ex.: feloso, ladral, sacoto; mija-na-escada, senaita; malinguar, manâmbua).
Palavras mais pesquisadas Em Portugal, a palavra mais pesquisada foi mensagens, no Brasil foi mexer e, no cômputo geral, a palavra mais pesquisada no Dicionário Priberam em 2022 foi oligarca.
Figura 1: Palavras mais pesquisadas em Portugal e no Brasil no Dicionário Priberam em 2022 Nos restantes países de língua oficial portuguesa, as palavras mais procuradas no Dicionário Priberam foram cota (Angola), interativo (Cabo Verde), tranche (Guiné-Bissau), fungível (Moçambique), adenda (São Tomé e Príncipe) e lavanderia (Timor-Leste).
O ano de 2022 em palavrasNo ano em que a guerra na Ucrânia esteve em destaque nos meios de comunicação e também nas pesquisas do Dicionário Priberam, a parceria da Priberam com a agência de notícias Lusa, pelo sexto ano consecutivo, ilustra com imagens e notícias algumas das palavras que, em algum momento, estiveram em destaque na nuvem do Dicionário Priberam. No site O Ano em Palavras, é possível visualizar, cronologicamente, 24 palavras pesquisadas no Dicionário Priberam relativas à actualidade nacional e internacional de 2022, bem como as notícias e fotos dos eventos que originaram essas pesquisas e que marcaram o ano a nível político, económico, cultural e social. Entre a centena de palavras que, devido ao elevado número de pesquisas diárias, ganharam destaque na nuvem do dicionário e foram recolhidas ao longo do ano para posterior selecção, é inevitável encontrar muitas que se referem, directamente ou indirectamente, à guerra da Ucrânia, como desmilitarização, genocídio ou oligarca, ou a momentos importantes da política nacional e internacional, como no caso de maioria absoluta, politização ou polarização. Também não faltaram as buscas em momentos de acidentes ou desastres, como fajã, monções, grisu ou intempérie, nem de algumas celebrações, como jubileu e bicentenário: Figura 2: Palavras pesquisadas no Dicionário Priberam que reflectem alguns dos principais acontecimentos de 2022 Este ano, pela primeira vez, o site O Ano em Palavras permite que os visitantes votem nas suas palavras e imagens preferidas, bastando para tal clicar no ícone do “coração” que está em cada uma delas.
Comemora-se hoje o centenário do nascimento de José Saramago (1922-2010), o escritor português para quem o ideal de vida era ser árvore: “A árvore está ali, alimenta-se directamente do chão, da terra, cresce, abre-se, dá flores se é árvore para dar flores, ou frutos se é ... E vive o tempo que tenha que viver.” As celebrações do centenário de Saramago incluem várias iniciativas em Portugal e no estrangeiro, levadas a cabo por diversas entidades. Em particular, o programa do Centenário de Saramago da Fundação José Saramago incide em quatro eixos, biografia, leitura, publicações e reuniões académicas. A programação está disponível aqui.
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