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terça-feira, 8 de abril de 2025

16.º aniversário da “Palavra do dia”

 «[...]
- O Sr. já reparou bem num dicionário?... Num dicionário qualquer?... No de Morais, por exemplo... Ou no do povo... (Tanto faz!...) Já reparou?...

Eu esperei pela sequência do discurso. A aproveitar aquela mandriice tão boa de ter alguém a raciocinar por mim.

- Já reparou?... Pois a mim faz-me lembrar, sabe o quê?... Um jazigo de família. Ou melhor: um jazigo de nação. Uma espécie de mausoléu de papel, onde gerações de gatos-pingados empilharam séculos e séculos de palavras, algumas já definitivamente mortas, cobertas de bichos e de coroas saudosas... Outras vasquejaram nos últimos estremeções... E muitas, apenas em estado cataléptico, à espera de um toque de dedos para regressarem à monotonia da vida diária... A este maldito bolor, onde utilizamos ao todo quantas palavras vivas - diga-me lá quantas? Quinhentas? Mil?... Nem tantas, talvez!

Garanto-lhe que, em certos dias, quando subo o Chiado... ou entro num café da Baixa... e ouço essa gente parda a repisar, de manhã à noite, os mesmos termos... as eternas expressões... os substantivos inevitáveis... os adjectivos fatais... e o verbo ser, o verbo haver, e o verbo ter, e o verbo fazer... sabe o que me apetece?... Saltar para cima de uma mesa ou de um marco postal e gritar furioso aos homens: não deixem morrer as palavras, assassinos! Não deixem morrer as palavras!
[...]»
José Gomes Ferreira, Gaveta de Nuvens, Lisboa: Diabril, 1975, p. 235.


O trecho acima, do escritor português José Gomes Ferreira (1900-1985), brinda-nos com o abespinhamento de um aguardentado explicador de português a propósito de “gente parda a repisar, de manhã à noite, os mesmos termos, as eternas expressões”, a par do “jazigo de nação” contido nos dicionários. Se fosse hoje, será que o dito explicador de português teria reparado bem no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa e no que ele faz diariamente para não deixar morrer as palavras? Teria ele reparado bem na palavra do dia do Dicionário da Priberam, iniciativa que hoje comemora mais um aniversário? Há dezasseis anos que uma geração de “gatos-pingados” linguistas revira “mausoléus de papel” com “séculos e séculos de palavras [...] à espera de um toque de dedos para regressarem à monotonia da vida diária” para destacar, nem que seja por um dia, um termo maioritariamente raro, curioso, pouco usado, caído no esquecimento ou mesmo moribundo, como alguns dos que foram partilhados neste último ano:


A partilha da palavra do dia acontece na página online do Priberam e nas suas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, Bluesky e TikTok), sendo também divulgada em programas radiofónicos da Rádio Morabeza e da Rádio Voz de Alenquer.

terça-feira, 1 de abril de 2025

16.º aniversário do Dicionário Priberam


Hoje, dia das mentiras, é dia de celebrar a mendácia mas, por aqui, é dia de celebrar mais um aniversário do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. No seu 16.º ano de vida, o Dicionário Priberam acolheu mais de 4800 novos verbetes, 5600 novas acepções, 6550 sinónimos, 6500 etimologias e incorporou mais de 800 imagens na ilustração das suas definições.

O retrato de grande parte deste ano de vida pode ser visto através do balanço feito pelo site O Ano em Palavras, que apresenta algumas das pesquisas que os consulentes do Dicionário Priberam fizeram ao longo de 2024, associadas a conteúdo dos repórteres fotográficos e dos jornalistas da agência de notícias Lusa, que dão contexto a cada uma das palavras.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

500.º aniversário de Luís de Camões

 

Luís de Camões, Rimas, Lisboa: Livraria Almedina, 1994

Este ano celebra-se o quingentésimo aniversário do nascimento do poeta português Luís de Camões (1524-1580), autor do soneto acima. Nele, o eu poético amaldiçoa o dia em que nasceu, pois "que este dia deitou ao Mundo a vida / Mais desgraçada que jamais se viu!".  Cremos, no entanto, que o dia em que Camões nasceu foi uma data afortunada para a língua e para a literatura portuguesas. 

Passaram 500 anos do seu nascimento, mas o poeta do infortúnio, do amor, do desconcerto do mundo ou d’Os Lusíadas não foi esquecido. O engenho e a arte da poesia camoniana não definharam com o passar do tempo e, neste meio milénio, Camões tornou-se símbolo de Portugal, instituto cultural, sinónimo de língua portuguesa, figura popular (quem  nunca mandou alguém chatear o Camões?) e até hashtag (como #aguentacamões, #choracamões, #chupacamões ou #ripcamões, para assinalar erros de português nas redes sociais). 

As comemorações camonianas irão decorrer até 2026. Hoje é dia de Camões, vamos chateá-lo!


segunda-feira, 8 de abril de 2024

15.º aniversário da “Palavra do dia”

«Colega, passe-me o quebra-palavras:
encontrei uma que deve ter qualquer coisa lá dentro.»
Alexandre O’Neill, “O Lanterna Vermelha”, Poesia Completa & Dispersos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2022.


Evidenciando a sua capacidade de “quebra-palavras”, utensílio que permite chegar ao significado que as palavras têm dentro, como refere o poeta português Alexandre O’Neill (1924-1986), o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa celebra hoje o 15.º aniversário da sua palavra do dia. Há quinze anos que o Dicionário Priberam destaca todos os dias um termo maioritariamente raro, curioso, pouco usado ou caído no esquecimento, como alguns dos que foram partilhados neste último ano:

A partilha da palavra do dia acontece na página online do Priberam e nas suas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram e Bluesky), sendo também divulgada nos programas radiofónicos “Primeiro Plano” (de segunda a sexta-feira, das 07h00 às 09h00), da Rádio Morabeza, e “Quinta Avenida” (quinta-feira, das 22h à meia-noite), da Rádio Voz de Alenquer.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

15.º aniversário do Dicionário Priberam


Hoje celebra-se mais um aniversário do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Neste 15.º ano de vida, o Dicionário Priberam incorporou mais de 8400 novos verbetes, 9500 novas acepções, 16700 sinónimos e 23600 etimologias. Podia ser lampana, pois hoje celebra-se igualmente o dia das mentiras, mas não é: o Priberam também tirou centenas fotografias, incorporando mais de 600 novas imagens nas suas definições ilustradas. 

A propósito de imagens, o retrato de parte deste ano de vida pode ser visto através do balanço feito pelo site O Ano em Palavras, que apresenta algumas das pesquisas ao longo de 2023 no Dicionário Priberam, associadas a conteúdo dos repórteres fotográficos e dos jornalistas da agência de notícias Lusa, que dão contexto a cada uma das palavras.


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Priberam Machine Learning Lunch Seminars (15.ª série)


O seminário “Few-shot learning with transformers via graph embeddings for molecular property discovery”, de Luís Torres, dá início a mais uma série de seminários de aprendizagem automática organizados pelos Priberam Labs

A 15.ª temporada tem início no próximo dia 27, mantendo a frequência quinzenal no campus da Alameda do Instituto Superior Técnico.

Os interessados podem inscrever-se aqui.

sábado, 8 de abril de 2023

14.º aniversário da “Palavra do dia”

Quino, Toda a Mafalda - Edição Comemorativa dos 50 anos, Lisboa: Babel, 2014.

Mafalda, a personagem emblemática de banda desenhada que odeia sopa, pode ficar descansada: sopa nunca será palavra do dia do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, apesar de os seus hipónimos gulherite e sopetarra já o terem sido... Isto porque, com a partilha da palavra do dia, iniciativa que celebra hoje o seu catorzeno aniversário, o Dicionário Priberam pretende dar destaque, nem que seja por um dia, a termos maioritariamente raros, curiosos, pouco usados ou caídos no esquecimento, como alguns dos que foram partilhados neste último ano:

A partilha da palavra do dia acontece na página online do Priberam e nas suas redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), sendo também divulgada nos programas de rádio “Primeiro Plano” (de segunda a sexta-feira, das 07h00 às 09h00), da Rádio Morabeza e “Quinta Avenida” (quinta-feira, das 22h à meia-noite), da Rádio Voz de Alenquer.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

14.º aniversário do Dicionário Priberam

Quino, Toda a Mafalda - Edição Comemorativa dos 50 anos, Lisboa: Babel, 2014, pág. 127

No catorzeno aniversário do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que se celebrou no passado dia 1, confirmamos que ele continua a crescer, o que poderá dificultar ainda mais a leitura de alguns consulentes, como o pai da Mafalda. No ano que passou, o Dicionário Priberam incorporou mais de 14600 novos verbetes, mais de 5700 novas acepções, mais de 5800 sinónimos e mais de 600 antónimos. O resumo deste ano de vida pode ser visto através do balanço do ano passado ou do site O Ano em Palavras.

Como o dicionário não foi feito para ser lido de fio a pavio, antes consultado ou degustado, à medida da necessidade ou da curiosidade do seu leitor (ou até do acaso...), contamos com os nossos utilizadores para mais um ano de leituras, consultas e eventuais sugestões.


sexta-feira, 3 de março de 2023

Priberam Machine Learning Lunch Seminars (14.ª série)


Estão de volta, ao vivo, a cores e com refeição grátis, os seminários de aprendizagem automática organizados pelos Priberam Labs

A 14.ª temporada, que tem início na próxima terça-feira, dia 7 de Março, retoma a presença quinzenal na sala PA2 (piso -1, Pavilhão de Matemática) do campus da Alameda do Instituto Superior Técnico.

Os interessados podem inscrever-se aqui ou obter mais informação aqui (em inglês).


quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Centenário de Eugénio de Andrade

Celebramos hoje o centenário do nascimento do poeta português Eugénio de Andrade (1923-2005), com a partilha do seu poema “Agora as Palavras”:

“Obedecem-me agora muito menos,
as palavras. A propósito
de nada resmungam, não fazem
caso do que lhes digo,
não respeitam a minha idade.
Provavelmente fartaram-se da rédea,
não me perdoam
a mão rigorosa, a indiferença
pelo fogo-de-artifício.
Eu gosto delas, nunca tive outra
paixão, e elas durante muitos anos
também gostaram de mim: dançavam
à minha roda quando as encontrava.
Com elas fazia o lume,
sustentava os meus dias, mas agora
estão ariscas, escapam-se por entre
as mãos, arreganham os dentes
se tento retê-las. Ou será que
já só procuro as mais encabritadas?”
in Eugénio de Andrade, O Sal da Língua, Porto: 1995, Fundação Eugénio de Andrade, colecção Obra de Eugénio de Andrade/26, pág. 35

As comemorações do centenário do poeta, que irão decorrer ao longo deste ano, incluem várias iniciativas, como leituras, concertos, exposições, conferências e um colóquio internacional. Mais informação, aqui.







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