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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Adriano Moreira (1922-2022)


Hoje prestamos homenagem a Adriano Moreira, político português que nos ofereceu também pensamento sobre a lusofonia, sobre a língua portuguesa, que "não é nossa, também é nossa" (Adriano Moreira, Memórias do Outono Ocidental - Um Século sem Bússola, Coimbra: Almedina, 2013, pág. 145) e sobre o Acordo Ortográfico:

«A discussão sobre a oportunidade e validade do Acordo Ortográfico tem posto em evidência que nenhuma soberania é dona da língua, pelo que não haverá nenhum acordo que impeça evoluções desencontradas. O conceito que tem circulado em algumas das intervenções, e que parece ajustado à natureza das coisas, é o que sustenta que a língua não é apenas nossa, também é nossa. É por isso que acordos, declarações, tratados, são certamente adjuvantes de uma política que mantenha a identidade essencial, mas nenhum terá força vinculativa suficiente para evitar que as divergências surjam pelas tão diferentes latitudes em que a língua portuguesa foi instrumento da soberania, da evangelização, do comércio. [pág. 1]

[...]

A língua é uma tão essencial expressão da identidade dos povos, um tão indispensável instrumento de afirmação no mundo, que não devem estranhar-se as discussões não apenas técnicas, mas também apaixonadas, que rodeiam as intervenções directivas de qualquer origem, e certamente com destaque para as que envolvem a soberania. É um valor essencial que a cidadania não pode deixar de acompanhar, e que exige que todas as dúvidas e inquietações que rodeiam os processos decisórios fiquem na memória vigilante da evolução que requer cuidados, recebe criatividades que surpreendem, mas sem perder a qualidade de ser a pátria que não é só nossa, mas é nossa. [pág. 4]»

in Adriano Moreira, A Língua Portuguesa e o Acordo Ortográfico, Lisboa: Academia das Ciências e Lisboa, 2015 [consultado em 24-10-2022]


sábado, 15 de outubro de 2022

Centenário de Agustina Bessa-Luís

“E, nessa ocasião em que, pela última vez, a vira com vida, recomendara-lhe:
— Reze três Ave-Marias como penitência. 
— Reze-as o senhor abade, que tem mais vagar do que eu. 
Era, aos noventa e quatro anos, um lucilar ainda do seu humor impávido e irreverente.”
in Agustina Bessa-Luís, A Sibila, Lisboa: Guimarães Editores, 2009, pp. 121-122


Comemora-se hoje o centenário do nascimento da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís (1922-2019).

As celebrações do Centenário de Agustina, que arrancam com a antestreia de um filme de Eduardo Brito baseado num dos romances mais conhecidos da escritora, A Sibila, e com um concerto da Orquestra do Norte, irão decorrer durante um ano e incluem leituras, colóquios, exposições, teatro e música (mais informações aqui e aqui).

A Priberam celebra esta efeméride com a inclusão de agustiniano no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa e com a sua promoção a palavra do dia. Até à data desta publicação, à excepção do Dicionário Priberam, nenhum dicionário ou vocabulário de língua portuguesa regista o termo relativo à escritora ou à sua obra, apesar da sua pertinência, da sua boa formação morfológica e das suas numerosas e variadas ocorrências.







Priberamt
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