Com mais de 33 milhões de utilizadores, o acesso ao Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) registou um aumento superior a 35% relativamente a 2016.
Geograficamente, o balanço é muito semelhante ao do ano anterior: Brasil, Portugal e Angola continuam no topo das pesquisas por país; Lisboa e São Paulo mantêm os lugares cimeiros nas buscas por cidades, com o Porto a ultrapassar o Rio de Janeiro e a ocupar agora o terceiro lugar que no ano passado pertencia à cidade carioca; a primeira cidade não pertencente a um país da CPLP é Madrid, seguida de Macau e de Londres.
O acesso ao Dicionário Priberam através de dispositivos móveis continua a crescer, representando já mais de 53% das buscas: o acesso a partir de smartphones subiu 74,41% e o acesso a partir de tablets subiu 8,66% face a 2016.
Palavras mais pesquisadas
Em Portugal, 2017 foi novamente ano de resiliência; no Brasil, foi ano de idiossincrasia. Esta última foi também, no cômputo geral, a palavra mais pesquisada do ano.
Figura 1: Palavras mais pesquisadas em Portugal e no Brasil no Dicionário Priberam em 2017
Nos restantes países de língua oficial portuguesa, as palavras mais procuradas no Dicionário Priberam foram: atópico, poilão e emérito (Angola); bizarro, malparado e astronauta (Cabo Verde); oratura, espanhol e idioma (Guiné-Bissau); descriminar, discriminar, embaixatriz (Guiné Equatorial); comparsa, conscientizar e projecto (Moçambique); neurose, psicose e ferretear (São Tomé e Príncipe); cavalaria, doutrina e novo (Timor-Leste).
Note-se, na figura 1 acima, a discreta presença de bardamerda, a 9.ª palavra mais pesquisada em Portugal, no seguimento de uma resposta do presidente sportinguista aos seus críticos. Mas Portugal não foi o único país a procurar por esta palavra: o Luxemburgo e o Uganda (!) também fizeram a mesma pesquisa.
Analisando as buscas feitas por outros países, deparamo-nos com um curioso interesse por expressões típicas do registo informal em língua portuguesa, como forrica na África do Sul, bate-cu em Andorra, gingão na Austrália, atazanar na Áustria, bundudo na Bélgica, rego nas Bermudas, escarafunchar na Bulgária, pumba e supimpa no Catar, bater com o nariz na porta na China, regabofista no Chipre, mangar nos Emirados Árabes Unidos, trampa na Eslováquia, rambóia no Gana, abada em Hong Kong, espelunca na Hungria, caraca na Índia, mitra na Islândia, cagança em Israel, augado na Líbia, litrosa no Listenstaine, refilice em Macau, catano na Namíbia, bulufas na Nigéria, morcão no Senegal, chular na Tailândia, cegada no Togo ou bichona na Ucrânia.
Como não podia deixar de ser, alguns países revelam buscas mais direccionadas para hum... certos interesses, como porno na Argélia e na República Democrática do Congo, enema na Arábia Saudita e cu no Belize, encoxada no Cazaquistão, no Egipto e na Indonésia, boquete e broca nas Filipinas, boceta na Guiana, suruba em Itália, chupar-te em Marrocos, bico no Sri Lanca ou periquita na Suécia.
Por fim, a descoberta mais interessante desta volta ao mundo através de pesquisas efectuadas no Dicionário Priberam é a busca por expressões latinas, como in toto e o tempora, o mores na Letónia, cum bona gratia dimittere aliquem no Paraguai ou eripuit coelo fulmen sceptrumque tyrannis em El Salvador.
Em 2017, uma vez mais, os utilizadores do Dicionário Priberam também pesquisaram por termos relacionados com acontecimentos da actualidade política, desportiva ou económica. Este ano, em parceria com a agência de notícias Lusa, o site O Ano em Palavras apresenta, para cada mês, algumas das palavras mais procuradas dessas áreas no Dicionário Priberam, acompanhadas pelas respectivas notícias e fotografias da Lusa.
Figura 2: Palavras pesquisadas no Dicionário Priberam que reflectem acontecimentos de 2017
Com esta iniciativa, damos a conhecer algumas das palavras mais procuradas em cada mês, passando assim em revista os principais acontecimentos nacionais e internacionais do ano.
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