Dados gerais
No ano de 2015, o
site do
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa contabilizou mais de 25 milhões de utilizadores e viu o número de acessos aumentar em todos os países da CPLP, à excepção do Brasil. Curiosidade: o maior crescimento registou-se no Quénia, onde o número de acessos mais do que quadruplicou, tornando-se no 11.º país do
ranking.
A proveniência dos mais de 25 milhões de consulentes do Dicionário Priberam é diversificada, com o Brasil na liderança, logo seguido de Portugal e dos Estados Unidos da América. Na proveniência por cidades, Lisboa fica à frente de São Paulo e do Rio de Janeiro. Curiosidade: no ranking, a primeira cidade não pertencente a um país da CPLP é Nova Deli, em 56.º lugar, seguida de Madrid, em 60.º, e de Londres, em 62.º.
Figura 1: Proveniência dos utilizadores do Dicionário Priberam por cidade
Verificou-se ainda um aumento de 46% no número de acessos ao
Dicionário Priberam a partir de dispositivos móveis (
smartphones e
tablets), seja directamente ao
site, seja através das aplicações do dicionário para
Android,
iOS e
Windows Phone, tendência iniciada no
ano anterior.
Palavras mais pesquisadas
A palavra mais pesquisada no
Dicionário Priberam em Portugal foi
resiliência, logo seguida de
indigitar e de
paradigma.
Figura 2: Palavras mais pesquisadas no Dicionário Priberam em 2015
Se o elevado número de pesquisas por
resiliência se percebe em tempos de austeridade, a busca por
indigitar explica-se pelas indigitações de
um e, poucas semanas depois, de
outro primeiro-ministro em Portugal.
No Brasil, a palavra mais pesquisada no Dicionário Priberam foi igualmente resiliência, seguida de procrastinação e de inerente.
As palavras mais pesquisadas nos restantes países de língua oficial portuguesa incluem pormenorizar, orientação e adenda em Angola; monitorização, instigar e requerer em Cabo Verde; lenda, vimos e baptizado na Guiné-Bissau; fanatismo, enlace e interacção em Moçambique; concomitantemente, leviandade e cantábrico em São Tomé e Príncipe; contra-ordenacional, equídeos e mandatários em Timor-Leste.
O ano de 2015 em palavras
As palavras mais pesquisadas no site do Dicionário Priberam surgem agrupadas diariamente numa “nuvem” visível no lado direito da página da Internet:
Figura 3: Nuvem de palavras mais pesquisadas do dia 24 de Novembro de 2015
A análise dessa nuvem ao longo das semanas e dos meses permite verificar que vários acontecimentos em Portugal, no Brasil e no resto do mundo tiveram impacto nas pesquisas efectuadas no Dicionário Priberam em 2015 (para saber quais, basta clicar nas palavras com hiperligação abaixo).
Em Janeiro, após o atentado terrorista contra o jornal francês
Charlie Hebdo,
jiadismo destacou-se na nuvem durante várias semanas; em Fevereiro foi a vez de
iconoclasta, atributo associado ao então novo ministro das finanças grego Yanis Varoufakis; Março foi mês de pesquisar por
babilônia, nome de telenovela estreada nesse mês no Brasil, e por
deliberadamente, após a queda de um avião nos Alpes franceses; em Abril, o anúncio das memórias do ex-líder madeirense Alberto João Jardim colocou
bilhardice na nuvem e mesma sorte teve
xenofobia, na sequência de protestos contra a xenofobia na África do Sul; em Maio destacou-se
doleira, no seguimento da investigação policial brasileira Operação Lava Jato; em Junho chegou
jajão; em Julho impôs-se
pan-americano, devido à realização dos Jogos Pan-Americanos; Agosto foi mês de
emigrantes, sobretudo em Portugal; em Setembro, a onda de refugiados sírios na Europa fez disparar novamente as buscas por
xenofobia; Outubro foi mês de
abstenção e de
indigitação (de um primeiro-ministro) por causa dos resultados das eleições legislativas em Portugal; Novembro voltou a ser mês de
indigitação (de outro primeiro-ministro), mas também de
bataclã, após novo atentado terrorista em Paris, e ainda de
grelo, a propósito de um festival do grelo na Galiza que, por erro de tradução automática, foi publicitado como festival do clitóris em espanhol; finalmente, em Dezembro, a nuvem deu destaque ao pedido de
impeachment contra a presidente brasileira Dilma Rousseff e à criminalização do
piropo com carácter de proposta sexual em Portugal.