.
Entrar | Contactos | Dicionário | FLiP.pt | LegiX.pt | Blogue | Loja

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pela língua portuguesa

É possível gostar da língua portuguesa de muitas maneiras: uns gostam dela sem erros ortográficos ou sem pontapés na gramática, sem palavrões, sem estrangeirismos, sem sexismos; outros, sem variedades geográficas, sociais ou temporais e outros ainda sem o acordo ortográfico de 1990. Até há quem goste dela sem acordo de 1945, pelo menos em Portugal. Para todos os “sem” anteriores, há também quem goste dela com os correspondentes “com”: com erros ortográficos, com pontapés na gramática, com palavrões, com estrangeirismos, etc. Na Priberam, gostamos dela, ponto final. É por essa razão que o nosso trabalho contribui para a sua difusão, através dos nossos produtos e serviços linguísticos, o mais conhecido dos quais é o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP).

Fruto dos tempos contestatários e reivindicativos que se vivem (ou talvez não...), agora há também quem goste da língua portuguesa através da causa “Por uma Língua Portuguesa sem publicidade”. Não é o nosso caso. Porquê? Porque esta é uma causa que tem de se colocar em causa, já que confunde muitas coisas, confundindo nomeadamente a língua portuguesa com dicionários de língua, a julgar pelos seguintes comentários, da autoria de João Filipe Ferreira: “A língua Portuguesa não é do Priberam, é do povo Português! O portal da priberam não se tornou num dicionário, tornou-se num portal semítico-financeiro sem o propósito primordial de revelar o significado da palavra. Cinjamo-nos ao verbete! Por uma Língua Portuguesa Livre de Publicidade e de adereços prescindíveis!” [citação retirada em 24-11-2010].

Para que não haja dúvidas, uma língua é uma língua, um dicionário é um dicionário. Quanto à língua portuguesa, ela é dos seus falantes, tenham eles a nacionalidade que tiverem. Como é óbvio, a Priberam nunca a reclamou como sua, mas reclama seu o investimento que tem feito no DPLP, que não é um dicionário qualquer.

Como é referido na secção "Sobre o dicionário", o DPLP é a plataforma lexicográfica online da Priberam, lançada em 2009, após aquisição, em 2008, dos direitos do Novo Dicionário Lello da Língua Portuguesa (Porto, Lello Editores, 1996 e 1999), também conhecido apenas por Lello. O Lello foi o ponto de partida mas já não pode ser comparado ao DPLP, pois a Priberam fez a adaptação a um formato electrónico, a actualização da estrutura e conteúdo do dicionário e o enriquecimento com outro tipo de informação linguística. O DPLP disponibiliza, para além dos blocos de anúncios, a palavra e a dúvida do dia em destaque, o acesso rápido a vários tipos de pesquisas (com e sem o novo acordo ortográfico), a definições, a sinónimos e antónimos gerais e por acepção, a exemplos de uso (através de exemplos explícitos no texto do verbete ou de ocorrências reais no Twitter), a remissões para dúvidas linguísticas, à conjugação verbal, aos auxiliares de tradução. Tudo isso, sem qualquer custo para os consulentes, mas, sublinhe-se, com custos para a Priberam.

A causa “Por uma Língua Portuguesa sem publicidade” insurge-se contra o espaço ocupado pela publicidade na página do DPLP mas, apesar do que possa parecer, a publicidade do DPLP não paga as despesas que a Priberam tem com a sua manutenção, nomeadamente os custos com recursos humanos, servidores, software, conectividade, actualizações contínuas do conteúdo, respostas a dúvidas, etc. Talvez não fosse má ideia lançar uma causa para mais pessoas consultarem o DPLP para que a Priberam possa mantê-lo gratuito e com o nível de serviço e actualização que actualmente disponibiliza. Relembramos que a Priberam é uma empresa privada que não depende de subsídios ou subvenções nem tem verbas inscritas em orçamentos de Estado.

Por fim, ficam aqui algumas sugestões de outras causas, quiçá mais prementes:
- pela disponibilização gratuita e online das obras lexicográficas da Academia das Ciências de Lisboa, instituição pública e com funções estatutárias de defesa da língua portuguesa;
- pela edição de um vocabulário comum autorizado, tal como previsto pelo acordo ortográfico de 1990;
- pelo combate à iliteracia;
- pelo incentivo à prática regular da leitura;
- pela melhoria da qualidade e das condições de ensino da língua portuguesa nas escolas e nas universidades.

13 comentários:

  1. O que a Priberam faz é serviço público. Enquanto utilizadora desse serviço, obrigada!
    Muitas pessoas pensam que tudo o que está na internet é gratuito e não custa nada a ninguém. Esquecem-se que há muito trabalho e direitos de autor e por isso acham normal roubar ou dizer disparates como os dessa suposta causa.

    ResponderEliminar
  2. Os puristas neofóbicos a ultrapassarem todos os limites do razoável...
    Obrigado Priberam. Babel open source.

    ResponderEliminar
  3. Muito boa tarde

    Apraz-me saber e tenho noção de tais factos que um dicionário é bem distinto de uma língua, no entanto preservam-se denominadores comuns. Um dicionário tem grafado no papel ou mais recentemente através de meios cibernéticos em memórias e base de dados, os significados dos verbetes de uma língua! Ora um dicionário e uma língua não são tão dissonantes como quer fazer parecer!

    E quando o único dicionário presente credível da língua portuguesa se apresenta com tanta publicidade, é necessariamente forçoso associar a publicidade à língua!

    Façam por exemplo como a Wikipédia, peçam apoios, donativos, por certo encontrarão muitos mecenas que vos apoiarão com as suas possibilidades financeiras!

    A título de exemplo, o sítio do Ciberdúvidas não tem publicidade! O wikcionário não tem publicidade (mas peca pela credibilidade)

    A minha causa é pela literacia, pela liberdade e pela independência e soberania da língua Portuguesa, pois também eu gosto de minha língua germinal!

    E tal como Fernando Pessoa, aquando da decisão para o título da sua magna obra "Mensagem", se referia que a palavra Portugal se encontrava prostituída com tanto uso desmesurado; também a publicidade macula e desvirtua o significado embrionário do verbete.

    Com os melhores cumprimentos

    ResponderEliminar
  4. A publicidade não interfere com a língua; quanto muito, interfere com o site. Antes publicidade que um site fechado a assinantes.

    Um dicionário gratuito é muito útil e publicidade na borda é algo de somenos importância, na minha opinião.

    Há publicidade que interfere, como a que alguns jornais utilizam, bloqueando a leitura até fecharmos a caixa. A do Priberam está sossegadinha ali ao lado.

    A Priberam é uma empresa, com filosofia diferente do Ciberdúvidas, Wikipedia e outros recursos disponíveis online que, normalmente, são criados por voluntários e não por profissionais.

    De qualquer forma, acho que se está a ir para lá do "purismo" ou da defesa da língua. A publicidade não está a manchar, a interferir ou a desvirtuar a língua, está a contribuir para que os conteúdos possam ser disponibilizados gratuitamente.

    Um dicionário em papel custa dinheiro; o site acede-se gratuitamente. É uma diferença essencial.

    ResponderEliminar
  5. O Ciberdúvidas é patrocinado pelos CTT, a Fundação Vodafone, o Ministério da Educação e a Universidade Lusófona.

    ResponderEliminar
  6. Eu também estou agradecido à PRIBERAM quando me permite, perante uma dúvida, ultrapassá-la com o rigor a que me habituou, à simples "distância" de um clique.

    ResponderEliminar
  7. Quem não está contente com a publicidade no serviço extremamente profissional que a Priberam disponibiliza gratuitamente pode sempre comprar um dicionário ou aceder a um dos serviços gratuitos (com muito menos qualidade e muito menos profissionais) que se encontram pela web.

    Até com a publicidade num serviço que é gratuito se implica. Por favor! Não há limites para o despudor e desrespeito pelo trabalho dos outros.

    O ideal seria os senhores da Priberam andaram a pedir esmolas pelas ruas, a mendigar, não interessa. Nem que passem fome e não sejam recompensados pelo seu esforço e trabalho. O que é preciso é que nos continuem a fornecer um serviço extremamente profissional, gratuito e SEM PUBLICIDADE. Porque a publicidade, ali no cantinho incomoda muito a visão de alguns.

    ResponderEliminar
  8. Num outro pardacento dia, instigado pela inspiração poética fui ver o significado da palavra "Amor" para ver o quão abrangente, helénica e transversal se tinha tornado o seu significado, e claro está, usei o Priberam, e enquanto lia os maravilhosos significados do verbete, brilhava estonteante, piscava no lado direito do ecrã, quais luzes de néon que brilham num qualquer lupanar da cidade, a publicidade enjoativa sem pudor "Hamburger for 5€. All you can eat!"

    Não é isto macular o magno significado da Palavra? Chamam-me de purista!?

    Peçam donativos! Dou 50€!

    ResponderEliminar
  9. E como realce final neste repto sobre publicidade no Priberam, venho apenas pedir o seguinte. Eu sou um poeta mundano, e confesso que a inspiração surge-me naturalmente em espaços públicos como por exemplo cafés, assim sendo acedo bastante ao Priberam através do telemóvel.

    O que sucede é que para vermos o significado do verbete é necessário descarregar muita informação supérflua como publicidade e vídeos e imagens que ocupam bastantes bytes.

    Para quando um DLPO da Priberam, versão mobile?

    Agradecido pela atenção

    ResponderEliminar
  10. A Priberam já tem disponível uma aplicação para aceder ao dicionário no iPhone, que também funciona no iPad, apesar de não poder ser visualizada em ecrã inteiro (http://itunes.apple.com/pt/app/dicionario-priberam-da-lingua/id355889884?mt=8). Está em curso uma actualização da aplicação que permitirá a compatibilidade total com o iPhone e com o iPad. Existem também algumas aplicações feitas por terceiros para o sistema operativo Android (não foram produzidas nem oficialmente testadas pela Priberam).

    ResponderEliminar
  11. Cara Cláudia Pinto.

    O iPhone e o iPad representam um nicho de mercado ainda muito reduzido e oneroso dos telefones móveis, e tornou-se completamente oligárquico e elitista neste género de aplicações, pois quem tem por exemplo um Nokia como eu, não pode aceder aos seus aplicativos.

    Eu perguntava ao Priberam para quando uma versão mobile universal acessível através do navegador do telemóvel? Como por exemplo faz o Google em http://m.google.pt ou a Caixa Geral de Depósitos em http://m.caixadirecta.cgd.pt

    Para quando uma versão mobile Universal? Ou a língua portuguesa é só para quem tem um iPhone?

    Agradecido pela atenção

    ResponderEliminar
  12. Cara Cláudia Pinto.

    Queria veementemente congratular a Priberam, pois hoje casualmente descobri no meu telemóvel que o Priberam já tem versão mobile...

    Finalmente um dicionário de língua Portuguesa para um dispositino móvel universal

    Parabéns Priberam...

    ResponderEliminar
  13. Pergunta ao Priberam: porque não posso ter a vossa app para Android sem publicidade, pagando para tal, como qualquer app normal. O vosso fanatismo ideológico não tem limites.

    ResponderEliminar






Priberamt
.